terça-feira, 17 de maio de 2011

Terra do Nunca

Sabe, agora entendo o porquê de Peter Pan querer ser criança pra sempre. Crescer é chato. Ser adulto é chato. Bom mesmo é ser criança. A maior preocupação da criança é saber se vai acordar cedo pra dá tempo assistir o próximo episodio do desenho favorito, se a moeda vai dá pra comprar o doce desejado ou a preocupação de que se ela não comer feijão, não vai crescer.

Ser adulto é chato, a gente tem responsabilidades demais, e pouco tempo pra diversão. No caminho da infância pra fase adulta, a gente perde muitos amigos, quebra a cara com eles, e a desconfiança dorme na cama do lado da nossa. Adulto nunca se joga de cabeça em nada, adulto é medroso. Criança não. Criança confia o seu maior segredo ao amiguinho, criança só tem medo do escuro e do bicho papão. Adulto tem medo de perder o emprego, da namorada deixar ele, tem medo da inflação, do preço do dólar. Criança não tá nem ai pra isso.

Ser adulto é chato, não dá pra ser adulto e ser inocente. A gente tem que abrir mão da inocência, e abrir bem os olhos. (Porque inocência, é olho fechado) E quando a gente abre o olho, a gente não consegue mais fechar, porque a gente tem medo. Porque a gente descobre que o mundo legal, divertido e cor-de-rosa da nossa infância, é na verdade preto e bem preto.

Quando a gente é criança a gente tem um monte de amiguinho pra brincar a hora que a gente quiser, a gente pode contar nossos segredos, e ele não vai sair espalhando pra todo mundo, alguns até espalham, mas é raro, raríssimo. Quando a gente é criança a gente é fiel ao nosso amiguinho. Quando viramos adultos não, a gente esquece dos nossos amigos pra poder fazer hora extra no final de semana, a gente critica nosso amigo e acaba machucando ele sem querer, e é cheio de amiguinhos que na verdade não são amiguinhos, estão do lado da gente por algum interesse, e a gente vai perdendo amigos, e se conformando... e mais outro, e se conformando... quando a gente vai ver, quando a gente vai contar, a gente só tem amigo, amigo mesmo que dá pra contar nos dedos, e de uma só mão.

È por isso que eu dou razão a Peter Pan, o mundo das crianças é bem melhor do que o mundo dos adultos. Na terra do nunca, a gente diz sim a inocência, a felicidade, as amizades como a gente sempre achou que fosse... “pra sempre”, Mas como o próprio nome já diz, é a Terra do Nunca , nunca.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

"Se fosse fácil achar o caminho das pedras...."

Ela acreditava em sonhos, sempre acreditou, sempre lhe diziam que sonhar era necessário para que seus desejos se tornassem realidade, sonhar era o primeiro passo para que seus desejos se realizassem – Ela tinha um pouco mais que 16. Quase 17 pra ser bem sincero, era decidida, pé no chão. Tinha certeza do seu futuro. Trabalhava pra que ele fosse real, e não apenas um sonho. Eis que lhe aparece seu primeiro amor. Seus sonhos que se tornavam quase sempre realidade, passaram a ser quase todos ilusão. Se apaixonou perdidamente. Seu futuro, que ela sempre idealizou, e nunca deixava de sonhar, abandonou. Passou a idealizar seu futuro, mais ao lado do cara que ela imaginava ser perfeito. Menina ingênua, acreditava em príncipes encantados. Então, em meio a tantos sonhos idealizados e realizados, veio a primeira desilusão, a amorosa, - a que eu, caro leitor, acredito que seja a pior das desilusões, - A menina de quase 17, sofreu, deixou de sonhar, deixou de acreditar em sonhos, e no amor, no primeiro obstáculo que lhe apareceu, ela parou de sonhar na primeira pedra que lhe colocaram no caminho. Mais como tudo nessa vida é uma questão de tempo, ela curou a dor, curou o sofrimento do seu primeiro amor não correspondido, primeiro amor platônico, o primeiro amor que a gente, por mais que queira nunca esquece. Seguiu sua vida, a menina de quase 17, agora tinha 17, nesse período, encontrou algumas outras pequenas pedras no caminho, e aquela pedra que ela conseguiu passar por cima, lhe deu habilidade para cruzar outras pedras encontradas no caminho, algumas delas até maiores que a primeira pedra cruzada, mais a habilidade e a experiência adquirida na primeira pedra atravessada fez com que ela não notasse o tamanho dos problemas que ela veio a enfrentar. Eis que um dia, antes do nascer do sol, ela olha pra trás, olha ao seu caminho percorrido, vê o quão longe ela chegou, percebe que cruzou pedras muito maiores que a primeira, com isso lembra que precisou também, levantar algumas pedras, e levar essas nas costas por algum tempo. Compara o tamanho das primeiras pedras carregadas para a ultima pedra recém ultrapassada, conclui: ‘Tudo nessa vida, por mais difícil que seja, por mais ‘ruim’ que seja, vem para o bem. Nada é a toa, nada é em vão. De cada coisa supostamente ruim devemos tirar um ensinamento bom para que consigamos passar por cima dessa pedra. Haverá sempre um novo dia, um novo sol, uma nova oportunidade, e por mais que custe a acreditar, haverá sempre um novo amor’

As borboletas!

Você deseja… Deseja por um bom e longo tempo, que exista alguém, que faça mais uma vez, seu coração bater, sua barriga doer, suas pernas e mãos tremerem… Eis que um dia, alguém, que convive contigo te sorri, em meio a esse sorriso, aquelas velhas borboletas adormecidas, extraordinariamente criam asas, e tentam de alguma forma saírem de dentro de sua barriga, coisa que você, e elas, sabem que não acontece. Você aprecia aquela sensação, e ao mesmo tempo tenta se recordar da ultima vez que tinha sentido aquilo, aquela sensação tão boa, tão… tão inexplicável. Você se recorda, e vê então que aquela sensação não é sentida há um bom e longo tempo. Você releva pelo simples fato, de já ter sentido isso, levemente, algumas outras poucas vezes. Releva. Eis que no outro dia, esse outro alguém, te beija e te abraça, e esse gesto parece ter durado o infinito, quanto parece também ser o melhor gesto que alguém fez por você. E lá se vai às borboletas inquietas acordarem mais uma vez e dão sinal de sua existência, só que dessa vez elas parecem gritar “Oi, eu existo, eu estou bem aqui” e dessa vez é impossível relevar, mesmo que queira essa sensação. Essa sensação boa se repete por quase uma semana, só que as borboletas já não estão mais sozinhas, com elas estão as mãos e pernas levemente tremulas, os olhos levemente brilhantes, e ao coração, bem, acredito que a ele não necessite definição certo? Só que nessa vida, nem tudo é pra sempre, infelizmente, e tudo o que é bom acaba. Ela só não acreditava que essa sensação ia acabar tão rápido, ela achava que dessa vez ia sentir algo que fosse realmente verdadeiro, e então, essa sensação teve que acabar, por causa de um motivo maior, que pouco importa e que não muda lá o sentindo do texto. Hoje ela agradece por ter sentido isso, afinal de contas foi bom.. foi bom relembrar a sensação, foi bom saber que as borboletas ainda estão vivas, e que o coração mesmo ferido, esta sempre pronto para um novo amor. :]